Lavras agora conta com um Instituto de Transplante Capilar para a recuperação dos cabelos e da autoestimaTexto: Karina Mascarenhas | Foto: Rafaela Teixeira
Muitas pessoas passam por uma fase da vida em que os cabelos começam a afinar, as entradas do couro cabeludo aumentam e chega a frustação de ver a queda acentuada dos fios. A perda de cabelo afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando desconforto e baixa autoestima.
Entre os tratamentos para a queda de cabelo disponíveis no mercado estão o uso via oral de vitaminas, aminoácidos essenciais, medicamentos, xampus e soluções nutritivas, microagulhamento capilar, laser e ledterapira. Após tentar um ou vários desses tratamentos sem sucesso, ou quando a alopecia (queda do cabelo) já é muito acentuada, resta ao paciente realizar o transplante capilar.
Considerada um recurso que tem se popularizado no Brasil, o transplante capilar é uma cirurgia minimamente invasiva, na qual é retirado um folículo de uma área chamada de doadora para a parte necessitada do couro cabeludo, em geral, a parte superior da cabeça, as entradas ou até mesmo a coroa, conforme explica o Cirurgião Capilar e Cardiologista, Dr. Dirceu Dias Barbosa Sobrinho. “Nós fazemos a técnica FUE (Extração de Unidade Folicular, em português), que consiste em retirar folículo a folículo que é a raiz do cabelo, um a um e implantamos também um a um. É um procedimento minimamente invasivo, sem quaisquer cortes”, explica Dr. Heitor.
Anteriormente, os transplantes capilares eram feitos somente com uma técnica chamada FUT (sigla em inglês para Transplante de Unidade Folicular) pela qual era extraído o maior número possível de fios. Ao mesmo tempo, era retirada uma faixa de cabelo da área doadora, deixando uma cicatriz. Atualmente, de acordo com Dr. Dirceu, essa técnica não é muito utilizada. “A FUE, que é a técnica que fazemos aqui em Lavras, possui o menor índice de complicações, menor sangramento, melhor qualidade de crescimento do cabelo após o transplante, além de rápida recuperação, sem cicatrizes inestéticas”, comenta o médico.
A queda dos cabelos pode ser causada por uma série de fatores, incluindo genética, envelhecimento, estresse e doenças. Embora os mais atingidos pela queda de cabelo sejam homens, que representaram mais de 79% do mercado de transplante capilar em 2022, conforme relatório da Global Market Insights, as mulheres também sofrem com o problema, principalmente em virtude de alterações hormonais e químicas. “O público feminino também tem alopecia, tem seus graus e, no caso das mulheres, raspamos apenas a área doadora e fazemos um transplante mais seletivo, onde a paciente teve a maior perda de cabelo”, explica Dr. Dirceu.
A área doadora e receptora do transplante é calculada baseada na alopecia de grau 1 a 7, os fios precisam ser da própria pessoa, já que estudos ainda estão sendo realizados para saber a eficiência de transplantes de uma pessoa para outra. Por ser minimamente invasivo, Dr. Dirceu esclarece que é um procedimento tranquilo, indolor e com baixo risco. “Seguindo todas as orientações, o tempo de recuperação é curto, são sete dias após o transplante para o paciente retornar ao trabalho e à atividade física sem trauma local. Já atividades de trauma, como futebol ou lutas, são liberadas a partir de 30 dias. É importante evitar sol nos primeiros 15 dias e, após esse período, podem ser utilizados bonés e chapéus para evitar grande exposição direta ao sol nos primeiros 90 dias”.
Os folículos implantados são considerados permanentes, já que eles não têm receptores androgênicos, que são os grandes responsáveis pela calvície andro genética. Porém, é importante manter o tratamento clínico, pois aqueles folículos remanescentes que são susceptíveis à ação hormonal tendem a cair com a progressão natural da calvície.
Segundo censo da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), a busca mundial pelo transplante capilar cresceu 152% entre 2010 e 2021.
Instituto de Transplante Capilar
Inaugurado recentemente em Lavras, estão à frente do Instituto de Transplante Capilar os cardiologistas e cirurgiões capilares Dr. Dirceu Dias e o Dr. Heitor Henrique. Os médicos se tornaram amigos durante a residência em cardiologia em Belo Horizonte e trabalham juntos na equipe de cardiologia do Hospital Vaz Monteiro.
Quando Dr. Dirceu se submeteu ao transplante capilar pela técnica FUE, Dr. Heitor pôde acompanhar o procedimento. “Como não tinha o transplante capilar aqui na região, achamos inovador trazer para Lavras essa técnica promissora. Fizemos especialização através de cursos, inclusive com certificação internacional e começamos em maio a fazer os transplantes capilares em Lavras, nos revezando entre a cardiologia e o Instituto. Essa nossa parceria nos permite conciliar nossas duas especialidades”, comenta Dr. Heitor. Para ambos, a experiência de recuperar a autoestima das pessoas é muito gratificante. Além do transplante capilar, o Instituto oferece também tratamento clínico para calvície androgenética, com medicações e aplicações no couro cabeludo.