Dr. William Natividade: uma trajetória Inspiradora

Texto: Karina Mascarenhas | Fotos: Isaac Miranda

Desde cedo, Dr. William Natividade sempre demonstrou um espírito empreendedor e uma vontade inabalável de conquistar seus sonhos. Nascido e criado em Lavras, filho de Lindolfo Natividade e Selma I. Mendonça, casado com Carolina F. de Souza e pai da pequena Camila, Dr. William começou a trabalhar como vendedor logo cedo. Aos 9 anos de idade, já vendia pastel na rua, cartões de visita, sempre buscando desenvolver métodos para sua habilidade natural para a negociação e o relacionamento com as pessoas. Essas experiências iniciais foram fundamentais para moldar seu caráter, ensinando-o o valor do trabalho duro, da constância e da empatia, qualidades que viriam a ser essenciais em sua trajetória como um dos advogados mais prestigiados de Lavras e região.

Conhecido na cidade pelos seus trabalhos de assessoria em eventos, mas principalmente por ter sido vendedor da Casas Bahia por quatro anos durante sua formação acadêmica, William sempre foi persistente.

“Eu saia cedo de casa para chegar às 7h na empresa, de lá já ia para a faculdade, as aulas terminavam entre 22h/23h todos os dias, era uma rotina puxada”, relembra.

Logo que se formou no Centro Universitário de Lavras – Unilavras, em 2010, abriu a Acobrar, uma empresa de cobranças, juntamente com o Dr. Nirlei Vilela de Andrade Junqueira Júnior, hoje com suas atividades suspensas.

Em 2012, sua primeira ação trabalhista foi em prol de um saudoso amigo, o Ronan Tourino, motorista de caminhão. Desde então, decidido em fazer a diferença na vida das pessoas, William escolheu a área trabalhista como sua especialidade, onde luta pelos direitos dos trabalhadores e defende aqueles que mais precisam. “Estou sempre me aperfeiçoando, faço cursos com juízes, desembargadores, me especializando mais nessa área trabalhista, voltada ao direito do trabalhador, protegendo essa classe operária do nosso país que tanto sofre pelos seus direitos em virtude das irregularidades”, comenta.

De 2009 a 2021, Dr. William trabalhou no Escritório Nirlei Vilela de Andrade Junqueira Sociedade de Advogados, e em julho de 2021, decidiu seguir carreira solo nas áreas trabalhista, cível e previdenciária, homenageando o amigo com o nome de sua sala de reuniões.

O escritório é liderado pelo Dr. William e conta com uma equipe de 12 colaboradores (estagiários, advogados, advogadas, secretárias e assistentes jurídicos). Ao longo de sua carreira, o Dr. William já atendeu mais de mil clientes em todo o Brasil, atuando em causas desde o Pará até o Rio Grande do Sul. Especialista em Direito Trabalhista, ele dedica-se a proteger os direitos de trabalhadores de diversas áreas, com foco em casos de trabalhadores que sofreram amputações em decorrência de acidentes de trabalho, auxiliando os familiares em caso de acidentes que resultam na morte do funcionário, trabalhadores rurais, motoristas de caminhão, entre outros segmentos em todo o Brasil.

A Revista Elitte teve a oportunidade de conversar com o Dr. William sobre sua atuação e os desafios de sua carreira. Confira a entrevista a seguir.

O que o motivou a focar sua atuação na defesa dos direitos de trabalhadores que sofreram amputações e em outras áreas críticas do Direito Trabalhista?
Por mais incrível que pareça, o Brasil é um dos países com os maiores índices de acidentes de trabalho no mundo. De acordo com pesquisas, a cada 48 segundos um acidente de trabalho ocorre, e a cada quatro horas um trabalhador perde a vida. Este cenário alarmante me motivou a focar minha atuação na defesa desses trabalhadores, especialmente aqueles que enfrentam as consequências desde as mais leves até as mais graves, como amputações, dentre outras doenças também advindas dos acidentes. Meu objetivo é garantir que recebam o amparo e a justiça que merecem, e também trabalhar para que políticas preventivas sejam fortalecidas, evitando que essas tragédias se repitam.

Quais são os principais desafios que o senhor enfrenta ao lidar com casos de trabalhadores rurais e de motoristas de caminhão?
Os principais desafios estão relacionados à informalidade e à vulnerabilidade desses grupos. No caso dos trabalhadores rurais, mais de 70% trabalham sem carteira de trabalho assinada, onde há muitas vezes a falta de um contrato formal, condições precárias de trabalho e dificuldade em comprovar vínculos empregatícios. Para os motoristas de caminhão, a jornada exaustiva e a falta de descanso adequado são problemas comuns, além da dificuldade em responsabilizar as empresas pelas más condições de trabalho que podem resultar em acidentes graves. Outro desafio é a distância física desses trabalhadores em relação aos centros urbanos, o que muitas vezes dificulta o acesso à Justiça.

Como o senhor e sua equipe no escritório abordam a complexidade de defender casos de assédio?
Nosso escritório aborda os casos de assédio com uma atenção especial tanto no aspecto legal quanto no emocional, inclusive socorrendo mulheres em diversos casos já enfrentados de assédio sexual. Sabemos que as vítimas enfrentam não só uma luta jurídica, mas também um trauma pessoal. Por isso, nosso primeiro passo é criar um ambiente seguro e acolhedor para que as vítimas possam relatar suas experiências com confiança. Em seguida, trabalhamos com uma abordagem estratégica e técnica para reunir provas, buscando sempre a Justiça para nossos clientes. Além disso, orientamos aos trabalhadores que não possam deixar de serem atendidos por profissionais de áreas, como psicologia, o que ajuda a dar suporte completo às vítimas.

Na sua visão, quais são as principais melhorias que poderiam ser implementadas na legislação trabalhista para proteger melhor os trabalhadores brasileiros?
A legislação trabalhista brasileira precisa de uma atualização mais direcionada à realidade moderna do trabalho. Entre as melhorias, acredito que uma maior fiscalização nas empresas, especialmente no que diz respeito às condições de segurança e saúde do trabalho, é fundamental. Além disso, a ampliação da proteção a trabalhadores informais e autônomos, que muitas vezes ficam à margem dos direitos trabalhistas, é crucial. Outra medida seria o fortalecimento das políticas de prevenção de acidentes, com maior investimento em treinamento e educação sobre segurança no trabalho.

Que cuidados os trabalhadores devem ter a fim de assegurar seus direitos?
Os trabalhadores precisam estar atentos às condições de trabalho e sempre que possível, documentar tudo que for relevante, como carga horária, pagamento de salários e condições de segurança, inclusive utilizando a tecnologia dos smartphones em seu favor, como, por exemplo, ativando a linha do tempo nos aplicativos de mapas, gravando conversas que possam ser utilizados como provas, dentre outras. É importante também conhecer os direitos garantidos pela legislação trabalhista e, ao perceber qualquer violação, procurar orientação jurídica o mais rápido possível, por isso diariamente nas minhas redes sociais posto sempre dicas em caráter informativo, para que os trabalhadores fiquem atualizados sobre seus direitos.